A adoção da Inteligência Artificial (IA) está crescendo rapidamente ao redor do mundo, inclusive no Brasil, trazendo consigo uma série de benefícios e desafios, especialmente nas áreas éticas, regulatórias e de privacidade. As preocupações com a ética da IA giram em torno da tomada de decisões justas e não discriminatórias, enquanto questões de privacidade estão relacionadas à coleta e uso de dados pessoais. Já os aspectos regulatórios buscam estabelecer um quadro legal que assegure o desenvolvimento seguro e responsável da IA.
Globalmente, iniciativas para criar legislações específicas para IA estão em andamento. A União Europeia é pioneira nesse sentido, desde meados de 2023 o bloco avança nas discussões de uma série de propostas como o Ato de Inteligência Artificial, que busca regular a utilização da IA de maneira a garantir a segurança e os direitos fundamentais. Outros países também estão seguindo essa tendência, elaborando suas próprias normativas.
No Brasil, a conversa sobre a regulamentação da IA está se intensificando. O país já possui a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que controla o uso de dados pessoais, impactando indiretamente o desenvolvimento de tecnologias de IA. Além disso, estão sendo discutidos projetos de lei que visam diretamente a regulamentação da IA, buscando estabelecer princípios éticos, responsabilidades e diretrizes para o desenvolvimento e uso da tecnologia.
Entretanto, para que a legislação seja efetiva e madura, é fundamental o engajamento de toda a sociedade civil. Isso inclui acadêmicos, empresas, governos e cidadãos comuns. O debate público e a conscientização sobre as implicações da IA são essenciais para garantir que as leis reflitam os valores da sociedade e promovam um desenvolvimento tecnológico seguro, justo e benéfico para todos.
Enquanto o mundo e o Brasil avançam na adoção da IA, é crucial que a elaboração de políticas e regulamentações seja acompanhada de um debate ético e participativo. A colaboração entre diferentes setores da sociedade é a chave para criar um ambiente de IA ético, regulamentado e privado que sirva bem à humanidade agora e no futuro. Um passo importante nessa direção ocorre dentro das organizações que com apoio de especialistas em Governança em Tecnologia possam estabelecer as diretrizes para adoção e utilização de IA em seus negócios. Uma iniciativa como essa se integra as regulações governamentais e acelera todo o processo de uso de IA e seus consequentes benefícios para o negócio das organizações.
E na sua organização? Você já iniciou esse planejamento? Como as bases legais e éticas para uso de IA estão sendo pensadas (se é que já estão) em sua organização?
Homero Tavares
Diretor de Engenharia de Software e Inteligência Artificial da T.O. Brasil