Machine Learning: Para Diferentes Necessidades, Diferentes Formas de Aprender

Publicada em: 23 de janeiro de 2024

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As inovações em Aprendizado de Máquina estão transformando o cenário empresarial, oferecendo soluções práticas e impulsionando a eficiência operacional. Este artigo discute como os desenvolvimentos recentes em aprendizado profundo, aprendizado por reforço e aprendizado não supervisionado, estão sendo aplicados no mundo corporativo.

No aprendizado profundo, as Redes Neurais Convolucionais (CNNs) – um determinado tipo de rede neural artificial inspirada pelo processo visual humano e amplamente utilizada em tarefas de reconhecimento de imagem e vídeo – estão revolucionando o varejo e a segurança através do reconhecimento de imagens. Empresas utilizam essas tecnologias para análise de tendências de consumo através de imagens de redes sociais e para sistemas de vigilância inteligentes. Além disso, modelos como o Vision Transformer (ViT), que analisam imagens a partir de uma perspectiva ampla e não de cada pixel da imagem, estão sendo empregados para melhorar a qualidade de inspeção visual em linhas de produção, detectando defeitos em produtos com precisão superior.

O aprendizado por reforço tem aplicações práticas significativas em logística e gerenciamento de cadeia de suprimentos. Algoritmos como o Deep Q-Networks (DQN) estão ajudando a otimizar rotas de entrega, gerenciar estoques e até mesmo na automatização de armazéns, onde robôs aprendem a estocar e buscar produtos de forma eficiente, reduzindo custos e melhorando tempos de entrega.

No campo do aprendizado não supervisionado, autoencoders e Modelos Generativos Adversariais (GANs), que tem foco no aperfeiçoamento contínuo e incremental da acurácia do modelo, estão sendo usados para detecção de fraudes financeiras e para modelagem de risco de crédito. Empresas de vários setores estão utilizando essas tecnologias para identificar padrões anormais em transações, protegendo-se contra fraudes e reduzindo perdas.

A combinação de diferentes métodos de aprendizado está permitindo que empresas desenvolvam sistemas de recomendação avançados. Utilizando aprendizado semi-supervisionado e por transferência, esses sistemas não apenas sugerem produtos baseados em compras anteriores, mas também adaptam suas recomendações em tempo real, melhorando a experiência do cliente e aumentando as vendas.

A questão da aplicabilidade e ética em IA está levando à criação de sistemas de decisão empresarial transparentes e auditáveis. Isso é crucial em setores regulados como o financeiro e de saúde, onde as empresas precisam demonstrar a validade e justiça de seus algoritmos para reguladores e clientes.

Com o avanço de hardware especializado, como TPUs e NPUs, empresas estão conseguindo implementar soluções de aprendizado de máquina in loco e em dispositivos móveis. Isso permite análises em tempo real e decisões baseadas em dados sem a necessidade de grandes infraestruturas de TI, democratizando o acesso a essas tecnologias.

Por fim, a colaboração aberta está acelerando a inovação em aprendizado de máquina nas empresas. Através do compartilhamento de conjuntos de dados, modelos e técnicas, empresas estão não só enfrentando desafios internos, mas também contribuindo para o avanço da tecnologia, estabelecendo novos padrões de mercado e explorando novas oportunidades de negócio.

As inovações em aprendizado de máquina estão, portanto, não apenas transformando os processos empresariais, mas também redefinindo a maneira como as empresas interagem com clientes, gerenciam riscos, otimizam operações e inovam em produtos e serviços. A adoção dessas tecnologias está se tornando um diferencial competitivo significativo no mundo empresarial moderno. Em minha experiência nos projetos que temos conduzido, a escolha da aplicação de cada uma dessas formas de aprendizado de máquina – isoladamente ou em conjunto – tem se mostrado um dos pontos fundamentais para o sucesso em projetos de IA. Como já falei aqui, o desafio é “montar o lego” que atenda as necessidades específicas de cada organização.

 

Homero Tavares
Diretor de Engenharia de Software e Inteligência Artificial da T.O. Brasil

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